Com inspiração no sentimento de não pertencimento de imigrantes e seus descendentes, busca refletir uma experiência que é ao mesmo tempo individual e coletiva. Quando a gente vira pertencente a um lugar?
Separar-se por toda a eternidade sem se afastar nem por um instante (tríptico)
Separate for all eternity without moving away even for an instant (triptych)
2024
aquarela sobre papel canson
20 x 15 cm
Separate for all eternity without moving away even for an instant (triptych)
2024
aquarela sobre papel canson
20 x 15 cm
Mapa das ruas por onde disse sim
Map of the streets where I said yes
2024
aquarela sobre papel Canson
21 x 15 cm
Map of the streets where I said yes
2024
aquarela sobre papel Canson
21 x 15 cm
Essa rua sim
This street yes
2024
aquarela sobre papel Canson
21 x 15 cm
This street yes
2024
aquarela sobre papel Canson
21 x 15 cm
As paisagens de uma pessoa
The landscapes of a person2024
aquarela sobre papel Canson
21 x 15 cm
The landscapes of a person2024
aquarela sobre papel Canson
21 x 15 cm
“(…) Achávamos que as pessoas antes de nós não tinham entendido bem o que era o desejo, ou seja, fazíamos nossa tarefa de filósofo, pretendíamos propor um novo conceito de desejo. As pessoas, quando não fazem filosofia, não devem crer que é um conceito muito abstrato, ao contrário, ele remete a coisas bem simples, concretas. Queríamos dizer a coisa mais simples do mundo: que até agora vocês falaram abstratamente do desejo, pois extraem um objeto que é, supostamente, objeto de seu desejo. Então podem dizer: desejo uma mulher, desejo partir, viajar, desejo isso e aquilo. E nós dizíamos algo realmente simples: vocês nunca desejam alguém ou algo, desejam sempre um conjunto. Não é complicado.
Nossa questão era: qual é a natureza das relações entre elementos para que haja desejo, para que eles se tornem desejáveis? Quero dizer, não desejo uma mulher, tenho vergonha de dizer uma coisa dessas. Proust disse, e é bonito: não desejo uma mulher, desejo também uma paisagem envolta nessa mulher, paisagem que posso não conhecer, que pressinto e enquanto não tiver desenrolado a paisagem que a envolve, não ficarei contente, ou seja, meu desejo não terminará, ficará insatisfeito. Aqui considero um conjunto com dois termos, mulher, paisagem, mas é algo bem diferente.
Quando uma mulher diz: desejo um vestido, desejo tal vestido, tal chemisier, é evidente que não deseja tal vestido em abstrato. Ela o deseja em um contexto de vida dela, que vai organizar em relação não apenas com uma paisagem, mas com pessoas que são suas amigas, ou que não são suas amigas, com sua profissão, etc. Nunca desejo algo sozinho, desejo bem mais, também não desejo um conjunto, desejo em um conjunto. (…)
Quando uma mulher diz: desejo um vestido, desejo tal vestido, tal chemisier, é evidente que não deseja tal vestido em abstrato. Ela o deseja em um contexto de vida dela, que vai organizar em relação não apenas com uma paisagem, mas com pessoas que são suas amigas, ou que não são suas amigas, com sua profissão, etc. Nunca desejo algo sozinho, desejo bem mais, também não desejo um conjunto, desejo em um conjunto. (…)
Não há desejo que não corra para um agenciamento. O desejo sempre foi, para mim, se procuro o termo abstrato que corresponde a desejo, diria: é construtivismo. Desejar é construir um agenciamento, construir um conjunto, conjunto de uma saia, de um raio de sol”
In: Deleuze em entrevista a Claire Parnet, em 2005, sobre sua obra com F.Gattari.