Ilustrações e vinhetas para o livro "A Estufa e o Hematoma" [Primavera Editorial, 2025] de Silvana Guinalz. A história acompanha Sebastiana, sobrevivente de uma tragédia que marcou seu corpo e sua memória. Fugindo de uma cidade devastada pela mineração, ela se refugia no coração da Amazônia, onde o corpo e a paisagem começam a se misturar.
Illustrations and vignettes for the book “A Estufa e o Hematoma” [Primavera Editorial, 2025], written by Silvana Guinalz. The story follows Sebastiana, a survivor of a tragedy that left permanent marks on her body and memory. Escaping from a city devastated by mining, she takes refuge in the heart of the Amazon, where body and landscape begin to merge.
"Sebastiana é sobrevivente de uma tragédia que deixou marcas indeléveis em seu corpo e memória. Carregando o fardo de uma culpa silenciosa, ela se refugia no coração da Floresta Amazônica, fugindo de uma cidade que a quebrou e de um passado que ressurge como um hematoma sob a pele. Na fronteira entre a selva e a lembrança, onde o corpo se torna paisagem, ela não apenas sobrevive: ela se transforma. Com uma prosa poética que pulsa como uma febre, Silvana Guinalz conduz o leitor por entre orquídeas que nascem do trauma, estufas de vidro estilhaçado e os caminhos da ancestralidade, da perda e da reinvenção. A estufa e o hematoma é um mergulho no íntimo de uma mulher que, vivendo à margem, encontra na arte a força para florescer, nos deixando com a pergunta: Até onde a natureza pode curar o que a humanidade quebrou?"
Na primeira conversa, a autora contou sobre o livro com tanta paixão que foi fácil mergulhar na narrativa. A intensidade do texto e a forma como aborda a Amazônia e o corpo feminino, em camadas de dor, memória e transformação, definiram o tom visual do projeto. O processo partiu da escuta: compreender a respiração da escrita, o ritmo e a atmosfera que se tornam cada vez mais sensíveis e oníricos a cada página. A partir daí, surgiu a proposta de dispensar os rascunhos e criar diretamente as ilustrações finais - um gesto de confiança que abriu espaço para aquarelas mais livres, atmosféricas e abertas ao acaso, imagens que não apenas acompanham a história, mas dialogam com o que vibra dentro dela.
In the first conversation, Silvana spoke about the book with such passion that it was easy to dive into the narrative. The intensity of the text and the way it explores the Amazon and the female body — through layers of pain, memory, and transformation — shaped the visual tone of the project. The process began with listening: understanding the rhythm of the writing, its breathing, and the atmosphere that becomes increasingly sensitive and dreamlike with each page. From there came the proposal to skip the sketches and move straight to the final illustrations — a gesture of trust that opened space for freer, more atmospheric watercolors, images that not only accompany the story but also resonate with what vibrates within it.
ilustrações que mostrei para exemplificar o caminho que estava propondo